Impressões

Impressões

Já perdemos a noção de tempo e espaço. Dezesseis dias já parecem um ano. Fica quase impossível lembrar o dia do mês e da semana sem olhar um calendário. Dificilmente lembramos em que cidade ou país estamos, onde paramos, o que comemos no café-da-manhã, onde almoçamos no dia anterior. Já aconteceu de fazermos uma refeição num país e a seguinte em outro. Já passamos quase trinta horas dentro de um ônibus de sete por três metros, juntinhos, dormindo uns em cima dos outros, ajudando a esquentar o frio e a refrescar o calor. Lendo poesias e contando piadas. É como se todos nós já nos conhecêssemos desde a infância. Estamos dividindo muita coisa. Somos a nossa família por enquanto. Choramos e sorrimos uns para os outros e por mais que exista a internet para encurtar a distância, ainda assim, é pro ombro do lado que vão as nossas impressões e angústias. Aprendemos a respeitar as diferenças, nos apoiamos nos momentos difíceis. Se um grita, o outro cala, se um chora o outro abraça, se um ri, todos riem. Ninguém é mais o mesmo de quando chegou.

Casa

O café-da-manhã mais aconchegante de toda a viagem... no Bed & Breakfast W Noon, Santiago, Chile (quem vier, procure ficar aqui! O dono é um fofo, arquiteto, gente finíssima e a casa é uma delícia! Fora que fica no bairro Providência, cheio de Pubs, farmácias e supermercados, com estação de metrô próxima)

Eu aqui

Em alguns momentos vem a nostalgia... das coisas e pessoas que ficaram, do cheiro da minha casa, da minha cama, do meu chuveiro, do meu gato. Da risada larga da minha filha, dos tantos "porquês".

Nesses momentos pensar na vida é inevitável. E em como tudo será quando eu voltar também. Não sou mais a mesma. Não vejo mais a vida como a dezesseis dias atrás. Não quero mais da vida o que queria a dezesseis dias atrás. No fundo eu sabia que essa viagem mudaria a minha maneira de enxergá-la. Só não pensei que seria tão rápido...

Sou do mundo.

Apego ou desapego?

Nasci pra rodar por aí mesmo. A cada dia que passa nessa viagem eu me certifico mais disso. Sinto muita saudade de casa, de Bia e queria que ela estivesse andando junto comigo, pra despertar desde cedo para essa caminhada de descobertas sem fim, mas uma das últimas coisas que quero é voltar...

Me apego a cada lugar que passo. Admiro, curto, me envolvo, me apaixono. E logo passo adiante, desapego. Sempre querendo voltar, pra me apropriar dele. O retorno é importante para você perceber que realmente conhece e sente aquele lugar e que você pertence um pouco a ele também.

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Mapas!

Tenho verdadeira adoração por mapas. Minha coleção está aumentando... já incluí Asunpción, Montevideo, Buenos Aires e agora Santiago! Mais o de Girona, Madrid, Barcelona, Paris e Lisboa! Isso pra mim é êxtase.

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Argentina!

Amei a nossa passagem pela Argentina. Foi (como não poderia deixar de ser) bastante passional. Desgastes nas fronteiras, passagem por zona de conflito, caminhada com as Mães da Plaza de Mayo... enfim, foi uma passagem e tanto!

Se pudesse ficaria em Buenos Aires por mais tempo. Charmosa, bucólica, cosmopolita, estilosa. Grande, porém aconchegante. Quem sabe, depois de Cuba.

Ah! Fui numa livraria que disseram ser a maior da América Latina, o que não é verdade, pois a Cultura de São Paulo ainda está na frente léguas, mas muito linda! Foi construída dentro de um antigo teatro e a estrutura foi conservada. Se chama El Ateneu. Lá comprei um guia de Havana. Um dos guias mais organizados e práticos que já vi. Nas divisões tem: imprescindível / hoteis / 24 horas / ócio / arquitetura / compras / esportes / escapadas.

Amei.

Montevideo

Uruguai

Chegamos em Montevideo depois de muitas horas numa estrada linda, porém quentíssima.

Paramos para comer numa churrascaria, onde comemos um churrasco meio esquisito, com miúdos e costela de boi e carneiro. Não gostei, comi pouco, sendo que como saimos às quatro da manhã, também não tínhamos tomado café da manhã, enfim... devo emagrecer um pouco, mas já fazia parte do pacote da viagem!

Alguns poemas de Neruda e mais umas horinhas de sono chacoalhando dentro do ônibus depois, Montevideo se revela para a nossa caravana. Primeiro discreta, humilde, com casinhas de madeira, cachorros de rua e algum lixo, depois com seus prédios altos, uma grande avenida e praças bastante simpáticas, lembrando e muito, Madrid. Ficamos num hostel em frente a Praça da Independência, no centro. Todos encantadíssimos com a cidade e com a hospedagem. O hostel é o Che Lagarto (http://www.chelagarto.com), uma rede bem legal de hostels que existe em quase toda a América Latina. Vale a pena.

Depois dos 21 fazerem o check-in, tomarem banho e se arrumar, fomos comer uma pizza. Agora vamos desvendar a noite da cidade, vazia, por ser domingo de noite. Quando der conto o "caminho das pedras" em Montevideo!

;)

PARAGUAI

GUSTAVO CODAS (ASSESSOR DIRETO DO PRESIDENTE FERNANDO LUGO)





INTERIOR DO PARAGUAI (POSTO DE GASOLINA)

A Primeira Vez a Gente nunca Esquece...

Bem, em primeiro lugar quero dizer pra todo mundo que estou muito feliz com os comentários! É bom saber que alguém lê o que a gente escreve, né?! Em segundo lugar, a internet da VIVO parou de pegar, então conectar é um drama! Muito difícil encontrar lan house e tempo hábil pra atualizar as coisas por aqui, então devo demorar um pouco entre um post e outro, tá?! E em terceiro, vou fazer um post só para os últimos dias... acumulou! Hehehe!.

Quebramos a "casca" que separa Ciudad del Leste do resto do Paraguai. Impressionante descobrir um país completamente diferente do que imaginamos quando pensamos no Paraguai apenas como Ciudad del Leste. Descobri um povo receptivo, educado e solícito, que eu chamaria de povo FOFO! Fiquei muito encantada mesmo.

Adorei Asunpción, limpa, organizada... Fizemos até umas farrinhas por lá. Uma delas num bar bem legal chamado Britania (frequentado por moradores da cidade e não turistas, por isso bem legal pra ir e conhecer gente). Lá conheci Nadia, muito simpática, que nos ajudou com uma pessoa que não estava muito bem (nomes não podem ser revelados, pacto de sangue!! Hahahaha!!). Ela é argentina, já morou no Brasil e agora está morando em Asunpción. Trocamos e-mails.

Tivemos dias bastante produtivos na cidade. Chegamos na quarta-feira, 13 de janeiro (dia do aniversário de mi hermana - parabéns Sissil - mas como o nosso acampamento cigano não se prolonga muito, na sexta à tarde fomos em direção a fronteira Paraguai - Argentina. Essa partida gerou uma polêmica por ser final de semana, pois alguns achavam que poderíamos descansar mais antes de pegar a estrada novamente. Acabou que a comissão organizadora decidiu que devíamos partir logo. Tivemos um grande atraso nessa saída por conta de compromissos assumidos de última hora e isso nos colocou na fronteira quase uma da manhã. Erro grave... Enfim, os guardas de fronteira do Paraguai nos cobraram um documento que o DNIT (Brasil) afirma que não é necessário para carro oficial. Muita conversa e uma multa depois nos liberaram, mas do lado argentino fomos barrados novamente porque nos exigiram um documento do consulado dizendo que não precisa desse documento que o DNIT diz que não precisa.

Aí você vê que a burocracia está em toda parte! Como é que integra esse negócio desse jeito, se é tão difícil passar por uma fronteira que se diz amiga?

Tivemos que voltar para o Paraguai às duas da manhã. Dormimos, se é que podemos dizer que dormimos mesmo, em Encarnación. Todos esgotados, com muita fome (a última refeição tinha sido o almoço) e preocupados com a passagem para a Argentina.

Mesmo com todo o cansaço, levantamos acampamento às 09 da manhã, tomamos um café reforçado e gostoso, (esquecemos Davi no hotel e voltamos pra pegar) e fomos ao encontro de Célia, que trabalha no consulado e nos atendeu com a maior presteza no vice-consulado brasileiro e nos deu esse documento para que pudéssemos partir.
Agora são 13:08h e ainda estamos aqui... tentando passar da fronteira da Argentina... Já são duas horas de espera e muita conversa entre Danilo, o mais diplomático da comissão organizadora e a guarda de fronteira argentina.

Esperamos conseguir passar logo pro outro lado para que possamos chegar com tempo pra uma folga em Montevideo. Até lá o nosso caminho será longo, incluindo uma volta ao Brasil.

Até a próxima parada!

Souvenirs

Fotitas para vocês! Barragem de Itaipu